Saio pouco, gosto da calma
Sempre quis curtir um bar na Augusta
Das vezes que fui, fiquei na rua
Curtindo fora a fumaça que sobe
Mas anteontem, surpreendi:
Tomei coragem, juntei amigos
Curtimos um bar no coração do perigo
O Centro não é pra amador!
Depois do happy hour, da ultima dose
Descendo em direção a Roosevelt
Chovia quando tomei um golpe
Tomaram meu telefone, uma confusão horrível
Com visão turva, consegui me salvar
O que aquilo quis me mostrar?
Estamos num tempo sem ajudas
E segurança pública é uma desilusão
O que o sistema exclui, a rua abriga
Máfias lambem pés descalços de plantão
A violência domesticada assombra calçadas
“Tenha dó, somos seres humanos!”
Enquanto a lua ilumina as realidades boas e más
Não me faço de vítima, tenho sangue nos olhos
Sei me defender e confio na Luz
Mas quando choro, inundo o inferno
Cavo profundas conexões
“Não mexe comigo, eu não ando só”
E não perco nada, nada é meu
Taipas me ensinou a levitar nas lamas do verão ao inverno
Olhares fazem lembranças que interferem nas andanças
Vou rezar por quem mal me quer
E acariciar quem me zela
Pois tudo passa
Vou ficar bem.
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diego rbor

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Fonte da imagem que encerra este post: registro autoral.