Eu forjava o adolescente que eu era
Quando mais precisei, várias vezes
Minhas esperanças me salvaram
A campainha da consciência tocou
Abri e era esse moço, escritor, tímido
Um guará a brincar nessa lama
Chamada fome Brasil dois mil e vai
Sabia nada aos dezessete, suava frio
Nadava na direção do rio, desvairado
Mas tive um ideal e lutei para conquistar
Depois dos vinte e cinco, sem armário
Em alta velocidade bem numa curva
As portas se abriram, a lição não pára
Desconstruído, não me destruíram
Me refaço como capim cortado no talo
Cresco na chuva, danço com a ventania
Abraço aquele jovem ser humano que
Um dia se olhou no espelho e questionou-me:
Quando seremos felizes finalmente?
Eu com minhas facetas existenciais
Pisando num mundo sem lado certo
Brincando com minha imaginação, renovo
Já estive no fundo do poço, existe mesmo
Meus ancestres, n’água, me hidrataram
Coisas que a ciência custa explicar
E alguns humanos insistem não entender
Conforme o tempo passa, sigo junto
Beijando o chão com os pés
Tocando céus com os olhos
Honestamente de mãos dadas comigo.
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Diego Rbor